Um estrago interior

Não tive vontade de me rotular, naquele momento era de única e extrema importância ter o controle sobre eu mesma, não fiz estratégias óbvias para que eu parecesse mais interessada, não me comportei como eu deveria ter me comportado e acredito que por isso eu mesma me tornei solitária, naquele mundo que acabei criando sem que eu visse, se tornou um tanto perplexo e isolado, instável demais para enfincar os meus gritos e torná-los aplausiveis, uma insistência própria me sucumbia de uma maneira vaga, eu já nem sabia mais o que propor, as vezes eu sentia medo, sorrateiramente me pegava descontrolada, querendo afago mas sem ninguém por perto. As vezes me sinto incapaz de me auto persuadir que consigo me amar e sentir reciprocidade, então entro em uma depressão profunda, que não era pra existir, que simplesmente deveria se esconder entre os panos, algo completamente extinto, pois sinto que o redor me assusta, que estar só não é nada mútuo, que a insegurança muitas vezes toma conta e isso me consome demais, pode estragar facilmente os meus planos futuros, a minha forma de tentar alegrar-me de repente, estas causas são sustos repentino, ideias que espontâneamente formulei e apostei, agora trago-as pra mim fazendo tudo girar ao meu redor, por isso sinto medo, mais também consigo sentir que eu os criei pra mim, sem ideia que seria tão devastador e faria um imenso estrago interior. Construi pontes onde não tinha e derrubei-as assim que descobri que os outros não estavam mais ali pra aliviar a dor que eu sentia, então quando eu descobri que os outros eram apenas outros, eu já não queria mais existir.

[Para o Na expressão 13° edição]