Apenas uma miragem

 Sem saber pra aonde ir, me encostei no canto da árvore e decidi contemplar, já que a noite ia caindo e as estrelas iriam aparecer logo. Conforme ia passando o tempo, o barulho da cidade ia se acalmando, as ruas esvaziavam aos poucos e a lua com sua beleza magnifica decidiu aparecer, deixando um rastro de luz naquela cidade quente que ja ia se apagando. Me sentia uma estranha precisando de um colo, uma pessoa sem rumo e com uma mente borbulhante, mas que se sentia radiante e sorridente, naquele momento eu já não ouvia mais as pegadas, muito menos os sussurros daquele povo assustador. Aquela cidade podia ter todos os seus temores, todos os seus defeitos, mais tinha um interior fantástico, que deixava as pessoas caminharem sem pressa, que fazia com que o sol beijasse o rio e a lua carragasse sua luz, fazia com que os ruídos bailassem pelas ruas sem asfalto algum, só pra que no final do dia, quando todos se recolhessem e todas as luzes se apagassem o sorriso fosse apenas uma de suas miragens.

[Texto para o Projeto Créativité]